Chuva de solidariedade em Queimados

Texto: Dine Estela

Fotos: Willian Wallace e Luiz Ambrosio

Queimados sofreu com a maior tempestade de sua história na última quinta (6). Foram 4.749 ocorrências em  21 bairros e fez o prefeito Max Lemos decretar situação de emergência. Mas o que estava ruim ficou ainda pior com o segundo temporal que caiu na cidade cinco dias depois, (terça,10),  gerando mais de 5.025 ocorrências, sem nenhum registro de vítimas fatais.  

Toda esta destruição natural causada pelas fortes chuvas revelou o grande nível de solidariedade do ser humano. Centenas de voluntários se revezaram 24horas por dia, para ajudar as vítimas que foram levadas para as escolas municipais. Foram mais de 15 toneladas de alimentos, roupas, calçados, kit de limpeza, colchonetes e água potável que chegaram de vários pontos do Estado.  

“Que a sua mão esquerda não veja o que a direita está doando”, estas foram as palavras de Cristo que Mara Lúcia, mais conhecida como “Mara Maravilha” fez questão de ressaltar quando pedimos para que falasse do seu trabalho voluntário. “Ninguém precisa saber o que estou fazendo, estou apenas cumprindo o meu papel de formiguinha. Se cada um fizer pelo menos um pouquinho, teremos ajudado muitas pessoas que perderam tudo que tinham”, ressaltou Mara, que desmarcou uma viagem e disponibilizou seu carro com combustível e dirigiu dias e noites para entregar as doações que chegavam à Vila Olímpica da cidade.

Estou outro grupo de amigos também levou várias doações

Um grupo de Amigos da Faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, no Catete, se deslocou da Zona Sul do Rio em prol de uma ação humanitária, na Vila Olímpica de Queimados, no último sábado (14). “Não fizemos mais que nossa obrigação. É com muita satisfação, porque, além de poder ajudar, ainda encontrei amigos queridos. Se Deus quiser, a cidade vai superar mais esta dificuldade”, declarou Thiago Fidelis.

Mesmo quem também foi vítima das chuvas e ficou sem a mobília como foi o caso de Adriana Lopes, não se furtou em ajudar ao próximo. “Gente, eu perdi todos os meus móveis, mas ainda posso trabalhar e reconstruir, e quem perdeu até o teto!? Precisamos nos solidarizar com a dor alheia e parar de olhar para o nosso próprio umbigo. Meus filhos estão com saúde na casa dos vizinhos e estou aqui com toda boa vontade”, enfatizou.

Prefeito agradece aos voluntários

“Gostaria de agradecer há muitas pessoas que neste momento de dificuldade da nossa cidade se mobilizaram para ajudar ao próximo. Esse movimento partiu de todas as classes sociais. Me emocionei vendo pessoas humildes dividindo o pouco que têm com quem nem conhecem, doando na Vila Olímpica água mineral, comida, colchonetes. Vi gente incansável ajudando vizinhos, parentes, amigos. Durante todo o dia recebi telefonemas de empresários oferecendo máquinas e equipamentos para desobstruir nossas ruas e limpar a cidade, é isso que me anima a seguir em frente”, agradeceu em sua rede social Facebook.

O Secretário Municipal de Assistência Social, Elton Teixeira, informou que até esta terça (17), estão no abrigo da Escola Municipal Metodista apenas 16 desabrigados, divididos em três famílias.  "O local está disponível às famílias que não tem condições de voltas as suas casas. "O local está disponível às famílias que não tem condições de voltas as suas casas. Elas estão sendo cadastradas para o Aluguel social até que sejam remanejadas para as moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. Ao todo, 5.346 famílias já receberam atendimento básico das nossas equipes na Vila Olímpica e mais de 15 toneladas de alimentos, roupas, calçados, kit de limpeza, colchonetes e água potável foram distribuídos", disse Elton.