Texto: Dine Estela
Fotos: Luiz Ambrosio
Um “cadinho” da África no Brasil, mais especificamente em Queimados, na Baixada Fluminense. Esta foi a sensação de quem passou pela 1ª Feira Cultural África Brasil realizada no último domingo (22), na Casa de Gondomar, pelas comemorações alusivas à Semana da Consciência Negra. Índios da tribo Pataxós, baianos, angolanos e nigerianos apresentaram um pouco da sua cultura e encantaram as cerca de 2 mil pessoas que passaram pelo evento que teve também concurso de beleza e até desfile de moda. A feira foi organizada pelo grupo cultural Origens e Ontuc – Ordem Nacional dos Templos de Umbanda e Candomblé de Queimados.
O evento fez parte de uma ampla programação que continua no próximo sábado (28) com a realização de um fórum sobre o extermínio de jovens negros na Escola Municipal Leopoldo Machado, na Vila Pacaembu. Às 16h, o grupo cultural Aganjú fará uma apresentação cultural na Associação de Moradores do bairro Vila Nascente. Fechando as comemorações, a Câmara dos Vereadores realizará sessão solene no dia 10 de Novembro, às 8h. As ações têm o apoio das Secretarias Municipais de Direitos e Promoção da Cidadania, Educação e Cultura.
Um dos pontos altos da feira foi a realização do concurso que elegeu a musa Pérola Negra da cidade. Com seus turbantes e roupas exuberantes, as modelos mostraram toda a sua criatividade e beleza. A vencedora foi Silvana Gonçalves Mathias Pereira, 18 anos, moradora do bairro São Simão. Ela ganhou um final de semana em Campos do Jordão com direto a acompanhante. O segundo lugar ficou com Ana Flávia, 18, de Bangu e o terceiro com Daiane da Silva Santos, 18, do bairro Paraíso, em Queimados.
Representando o prefeito Max Lemos, o secretário de Fazenda e Planejamento, Carlos Vilela parabenizou a organização do evento. “Estou muito satisfeito com a receptividade do público. Isto revela a força da negritude e a importância da valorização da mesma. O prefeito Max Lemos sempre foi um grande parceiro na luta pela igualdade de gênero e de raça na cidade ao promover eventos que ajudam a valorizar suas raízes”, disse.
Para um dos organizadores do evento, Fabrícius Caravana, a feira foi um marco na cidade. “Sempre vimos grandes públicos nas festas da cidade, mas neste evento revelou-se a carência do movimento negro e das religiões de matrizes africanas por um destaque. Temos que agradecer ao apoio do prefeito Max que mostra como se faz um governo laico em que todos têm o direito de professar sua fé e sua cultura”, destacou.
Homenagens diversas ao povo negro
A 1ª Feira Cultural África /Brasil de Queimados também rendeu homenagens aos precursores do movimento negro e de matrizes africanas, responsáveis por toda miscigenação do Brasil, entre eles estão: o líder religioso babalorixá, Ivanir dos Santos, Yálorissá Oyassé dos anjos, Mãe Suely e Yemanjá, Yalorixá Elenice de Yemanjá, Máe Kátia D’Obaluayê, Ivanice Maria de Oliveira, Mãe Jô D’Oxum, Mãe Romilda D’Oxum, Mãe Ninon D’Yemanjá, João José Cabral Barbosa (Doté Azumlegy), Pai Jonathan D’Ogum, Mãe Rita D’Ogum, Mãe Elenice D’oyá, Luiz Felipe Dutra Ribeiro (Ogan Felipe de Ayrá), Mãe Penha Maria do Patrocínio, Mãe Verônica D’Oxum, Benjamim Gonçalves Figueredo (in memorian), Mirim Paulini Figueredo (in memorian) Pai Matias D’Ogum, Doté Genésio Arruda Pinto e o Pai Pedra do Obaluauye.
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