Objetivo é melhorar atendimento na rede pública municipal quando a vítima procura ajuda para denunciar a violência sofrida
Foto: Luiz Ambrosio/Divulgação PMQ |
Rafaela Diniz - A violência contra a mulher ainda é um grande tabu na sociedade. Mesmo com toda a informação que se tem a respeito do tema, ainda encontramos resistência por parte dos órgãos públicos quanto ao atendimento às vítimas.
Pensando nisso, uma ação conjunta entre a Secretaria Municipal de Saúde e a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Promoção da Cidadania, irá promover na próxima quinta-feira (30), a partir das 9h, o Seminário “Revitimização Secundária – Entraves no Atendimento”, no Teatro da Escola Municipal Metodista.
Foto: Luiz Ambrosio/Divulgação PMQ |
A proposta é que, através desta ação, possa ser feito o mapeamento da violência, a integração e aprimoramento da comunicação na rede de enfrentamento à violência, a fim de que as mulheres vítimas ou em situação de violência tenham um atendimento mais humanizado.
A Secretária Municipal de Saúde, Lívia Guedes, diz que é muito importante que os agentes que atendem às vítimas estejam preparados para receber e apoiar as pessoas violentadas. “É importante que haja esse preparo, o atendente deve saber como se aproximar da vítima, como se portar e como falar, para que essa pessoa, que já sofreu um grande trauma, se sinta confortável para falar sobre o assunto e para que denuncie o abuso sofrido. A maior causa da desistência dessas mulheres de denunciar os abusos sofridos sejam eles de qualquer natureza, é o mau atendimento”, destacou.
Responsabilidade e sigilo no atendimento às vítimas
“Revitimização Secundária” é a situação de a vítima ter a frustração de não ser atendida, ter um atendimento precário ou a omissão do profissional. Isso faz com que a vítima volte a sofre violência novamente, pelo descaso, falta de acolhimento ou mau orientação desses profissionais.
Além de tentar melhorar o atendimento, o debate discute, também, sobre como manter o sigilo e responsabilidade de proteger a dignidade e preservar a integridade moral da pessoa, adulto ou criança que teve seu corpo violado.
De acordo com o secretário de Assuntos Institucionais/Direitos Humanos, Carlos Albino, é dever de o atendente garantir a integridade moral da vítima, sem julgar seus atos ou escolhas. “Não cabe ao profissional que atende à vítima julgar o porquê dela estar prestando queixa. O que se deve fazer é sempre prestar os devidos esclarecimentos e atender da maneira mais gentil possível aquela pessoa que já está mal pelo ocorrido. Devemos deixar nossas opiniões de lado e focar somente na pessoa que precisa ser ajudada naquele momento. Isso faz com que a vítima se sinta mais segura em denunciar e, consequentemente, diminua o índice de reincidência da violência doméstica”, concluiu.
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