Artista
falou sobre o protagonismo negro, discriminação e canções que marcaram sua
carreira
Marina Mendes- Um bate-papo sobre carreira,
história, música e racismo. Assim foi o encontro com a arte e o pensamento de
Toni Garrido que aconteceu em Queimados, na Baixada Fluminense, no último
domingo (25). Como parte da celebração de aniversário de 28 anos de emancipação
da cidade, o evento lotou o Teatro Delcy de Souza e fez parte da programação do
Festival de Artes e Leitura, projeto que chegou no município através de uma
parceria entre a Prefeitura e a Fundação Ana Mantuano de Artes do Rio de
Janeiro, a FUNARJ.
Para quem já sabia do trabalho de
Toni Garrido, a apresentação serviu para tomar conhecimento da trajetória do
cantor até a fama e se tornar ainda mais fã. Através de uma conversa
intimista com o público sobre alguns fatos de sua vida pessoal, Toni falou
sobre protagonismo negro, discriminação, raízes de afrodescendência e ainda
explicou a composição das letras das canções que marcaram sua carreira.
“As pessoas sabem que a gente canta,
mas não sabem o porquê de cantarmos aquilo. Tem muito jovem, pai, mãe e vó que
precisa saber e ver que nossas histórias são parecidas, que nós acreditamos nas
mesmas coisas, nos mesmos códigos, e que isso nos aproxima muito. O que parece
distante porque é um artista, ou uma dona de casa, ou um engenheiro, não
interessa. As profissões só definem como você ganha o dia a dia. De fato o ser
humano que batalha, que trabalha e que tem família, a gente tem muita
proximidade, é isso que eu vim fazer aqui hoje”, afirmou o artista.
Presente no evento e na primeira
fileira para prestigiar o artista, o Prefeito Carlos Vilela falou sobre a
importância do festival para a cidade. “Receber apresentações como essas
agregam muito no currículo pessoal dos moradores de Queimados. Além disso,
percebemos que é necessário promover e melhorar ainda mais o acesso à cultura
na cidade”, afirmou Vilela.
Quem ficou muito feliz com a chance
de conhecer Toni Garrido pessoalmente foi Jorge Antonio Nery, de 59 anos. Ao
lado da esposa e “reggaeiro’’, como ele mesmo se intitula, receber o artista
foi um sonho realizado. “Já fui em muitos shows do Toni e do Cidade Negra em
vários lugares, mas vê-lo tão de perto na minha cidade foi uma honra, um prazer
enorme”, contou o morador do Centro, com muita felicidade.
Organizado pela Secretaria Municipal
de Cultura e Turismo, o Festival de Artes e Leitura contou com 12 atrações em
cinco dias. Com diversas linguagens artísticas, o projeto abraçou desde os
pequenos até os mais velhos, com mesas de debates, oficinas de criação, peças
teatrais, leituras dramatizadas e contação de histórias.
Para o Secretário Municipal de
Cultura, Marcelo Lessa, foi muito proveitoso para o CEU Planeta Futuro receber
um festival de tanta potência no cenário estadual. “Estamos sempre de portas
abertas para iniciativas tão bonitas como essas. Como órgão cultural mais
importante da cidade e um dos melhores do país, é nossa missão promover
oportunidades como essas para os moradores”, contou o gestor.
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