Dalila nasceu com a doença e, após diagnóstico de que não iria andar, encontrou na dança e no esporte um caminho para uma vida melhor
Fotos: Igor Lima e Felipe de Bragança
Leandro Machado - Quem vê as atividades de Dalila Vitória, de 17 anos, na Vila Olímpica de Queimados, não imagina o terrível diagnóstico que a jovem recebeu ainda bebê. Hoje praticante de balé e capoeira, a menina, que nasceu com paralisia cerebral, teve dos médicos a notícia que nunca poderia andar e nem ter uma vida normal. Contrariando as expectativas, a moça colhe, aos poucos, os benefícios da dança e do esporte e melhora sua qualidade de vida a cada dia.
A mãe da moça, Rogéria Machado, 50 anos, nunca se conformou com o diagnóstico recebido e iniciou uma verdadeira saga para conseguir dar à sua filha a qualidade de vida que os especialistas duvidavam. Com muita luta e força de vontade, Dalila passou por quatro cirurgias e inúmeras sessões de fisioterapia, mas foi, há dois anos, na Vila Olímpica Barnabé dos Santos, em Queimados, que a jovem encontrou a força que precisava.
“Foi muito complicado e difícil aceitar a situação. Imediatamente começamos a levá-la para fazer fisioterapia, fonoaudiologia e todos os tratamentos possíveis. Ela andou apenas com oito anos e foi uma emoção muito grande para nós, afinal, a família mudou toda vida para dar a ela condições de viver. Por exemplo, saímos de Petrópolis e nos mudamos para um sítio em Queimados para que ela tivesse um melhor desenvolvimento”, contou Rogéria.
A rotina da jovem é intensa: Dalila sai de casa, no bairro Delamare, durante dois dias na semana, para realizar as atividades na Vila Olímpica, que fica no bairro Pacaembu. São quase sete quilômetros de distância, mas vale o sacrifício. Foi com a professora de Balé, Maricelli Monteiro, e o Mestre Comprido, responsável pela Capoeira, que Dalila teve uma melhora significativa.
“Ela é apaixonada por música, ama dançar. Hoje ela se supera a cada dia. Foi a dança que contribuiu diretamente na concentração, coordenação motora e equilíbrio dela”, disse a mãe de Dalila.
Na Vila Olímpica, Dalila teve um tratamento especial. Ela recebe diariamente o carinho de professores e colegas de turma e isso contribui positivamente na vida da moça. “No início eu não sabia como ela seria recebida, afinal, em toda atividade que eu tentava matricular a Dalila, as pessoas colocavam dificuldades. Mas lá foi diferente, a recepção foi a melhor possível”, lembra.
Um dos grandes incentivadores de Dalila é o Secretário Municipal de Esporte e Lazer, Júlio Coimbra. Ele destaca a convivência com a jovem e os ensinamentos recebidos com a relação diária: “Ela é uma menina incrível, encantadora e nos ensina a cada dia que não há limites para um sonho. Ficamos felizes em ver as atividades da Vila Olímpica ajudarem na mudança de vida dela. Mas vê-la todo dia, superando limites, se esforçando, nos motiva a continuar trabalhando para essa ser a realidade de muito mais pessoas”, destacou o gestor.
Sucesso em espetáculos
A jovem tem emocionado muitas pessoas. A superação de Dalila foi vista no palco da “Mostra de Dança da Vila Olímpica”, em dezembro de 2017. Sua apresentação levou o público às lágrimas e um vídeo com sua “performance” já teve mais de 60 mil visualizações na internet. No ano passado, a moça se apresentou novamente e emocionou mais de três mil pessoas presentes no espetáculo.
Mas Dalila não para e os novos desafios já são conhecidos. Ela viu o anúncio de Cursos de Modelo no CEU – Planeta Futuro, no São Roque, e já planeja uma aventura nas passarelas. Quem pode duvidar dos passos de superação da moça? Na ponta dos pés ou no gingado da capoeira, Dalila já mostrou que não há barreiras para quem acredita que pode vencer e superar os desafios impostos pela vida.
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