Debate sobre políticas públicas voltadas para a
igualdade racial foi realizado nesta sexta (26)
Imagens: Thiago Loureiro/ SEMCOM - PMQ |
Segundo o IBGE, três entre quatro pessoas mais pobres no Brasil são
negras. Em relação ao mercado de trabalho, embora as mulheres recebam 20,5%
menos que os homens, o relatório "Mulheres e Trabalho", do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mostra que, quando a comparação
é entre as mulheres, as brancas recebem 70% a mais que as negras.
O evento contou com a presença da Primeira-Dama da cidade, Lúcia Vilela.
Homenageada como a primeira mulher trans e negra de Queimados, Clô Rayalla
falou da necessidade de se discutir a realidade que as mulheres vivem no
Brasil. “Somos um dos países mais perigosos para ser mulher. Sendo negra e
trans, é ainda mais necessário nos unir para fortalecermos a luta contra o
machismo, a homofobia e o racismo”, conta a moradora do bairro Valdariosa.
Gisele Casto, conselheira de Igualdade Racial, reafirmou a luta da
mulher negra para vencer os preconceitos. “Durante toda minha vida me disseram
que não deveríamos usar batom vermelho. Hoje eu sei que meus lábios ficam
lindos desse jeito. Por muito tempo a nossa aparência foi colocada como feia e
errada, mas, hoje, nós estamos lutando para que outras meninas negras aceitem
seus corpos como eles são. Lindos”, afirmou.
A Coordenadoria de Política de Igualdade Racial é responsável por
realizar atendimentos e consultoria para a população negra queimadense. “Estamos
trabalhando para fazer com que a sociedade faça uma reflexão sobre a situação
atual da pessoa negra. Por mais que a gente diga que vivemos em um país
miscigenado, a gente sabe que na prática não tem igualdade racial. Por isso
esse espaço faz atendimento de pessoas com acompanhamento jurídico e
psicológico e promove discussões de políticas públicas”, concluiu o professor
de história e coordenador Jorge Dias.
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