Fotos: Arquivo Pessoal
Felipe Carvalho-Rio. O
município de Queimados receberá a exposição internacional de artes africanas do
artista plástico nigeriano, Lukman Alade Fakeye. A exposição "Lukman Alade
Fakeye - Tradição e Cultura Yoruba", que tem sua curadoria e realização a
cargo do professor Nielson Rosa Bezerra e conta com o apoio da Secretaria
Municipal de Educação (SEMED) e de Cultura (SEMUC) e tem por objetivo mostrar um pouco do
universo da cultura Yorubá através de treze imagens esculpidas em madeira. A
exposição estará aberta para visitação gratuita de 15 a 30 de abril no Espaço
Cultural Antônio Fraga, que funciona nas dependências da SEMED (Rua Hortência,
n°06 - Vila Tinguá (Centro), das 09h às 17h.
O
artista plástico Lukman Alade nasceu em 25 de junho de 1983, em Ibadan,
Nigéria. Sua família é reconhecida no mundo da tradição Yoruba pela importância
de suas múltiplas gerações de escultores. Lukman é membro da 6ª geração de uma
longa linhagem de uma tradicional família de escultores da cultura Yoruba - Dinastia
Fakeye. Sua formação seguiu a tradição familiar, sendo treinado por seu pai
Akin Fakeye desde menino, aos 11 anos de idade. Atualmente Lukman é membro da
SNA-Sociedade dos Artistas Nigerianos, sessão de Oyo. Seu trabalho tem sido exibido
em toda a África Ocidental, Inglaterra e na Venezuela e agora chega a
Queimados. “Estou muito feliz em expor minha arte no Brasil. Minha obra
preferida é a Arugba, que representa um devoto de Orisa (divindade), que
carregava uma taça sobre a cabeça para protegê-la e mostra também o carinho da
mulher africana com a criança”, comenta lukman.
O
curador é o Pós-doutor em história
pela University of the West Indies, Doutor em História pela Universidade
Federal Fluminense, professor visitante da Universidade Estadual do Maranhão,
Diretor de Pesquisa do Centro de Referência Patrimonial e Histórica de Duque de
Caxias e Pesquisador da Universidade Iorque no
Canadá, Nielson Rosa Bezerra. Segundo ele, as peças que compõem a
exposição foram escolhidas de acordo com o que cada objeto representa para o
seu país e o significado de cada uma. “Existe uma ideia de que a arte africana
é uma arte primitiva. Nosso propósito é defender um outro olhar, proporcionar
uma perspectiva didática e educativa com suas características e referências
estéticas”, destaca Nielson.
De
acordo com a Secretária Municipal de Educação, Mirian Motta, a Exposição vem ao
encontro da necessidade de se fazer cumprir a lei federal 10.639/03, que diz
respeito ao ensino da História e Cultura Africana nas escolas. “Será uma ótima
oportunidade para fazermos reflexões sobre as questões políticas, sociais e culturais
que envolvem o povo da Baixada Fluminense, região periférica à capital carioca
e que do século XVII aos dias de hoje tem sido lugar de destino da diáspora
africana. Agradeço o empenho do professor Nilson Henrique que está organizando
esta grande exposição que já passou por diversos lugares do mundo e chega agora
em nossa cidade”, disse Mirian.
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