Encontro serviu para reavaliar os processos de acolhimento do abrigo municipal de Queimados
Leandro Machado - O Abrigo Público Municipal de Queimados, na Baixada Fluminense, recebeu uma Audiência Concentrada, na manhã desta quinta-feira (6), com o objetivo de abreviar, ao máximo possível, o tempo de permanência de crianças e adolescentes acolhidos na unidade. Ao todo, oito famílias que já têm convívio com os abrigados e estão no processo de adoção e reintegração foram ouvidas por integrantes do Poder Judiciário, do Ministério Público Estadual, da Defensoria Pública, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Conselho Tutelar, da Saúde Mental, do Direito de Proteção Social Especial, além da equipe do abrigo.
O local representa muitas vezes refúgio para crianças e adolescentes em estado de vulnerabilidade social. Existem casos de abandono, violência, estupro, entre outros crimes cometidos contra acolhidos. Para mudar o rumo destas vidas marcadas pela dor e pelo medo, o abrigo realiza um trabalho de acompanhamento que conta com atendimento médico, psicológico e direito à educação e à saúde. Lá, as vítimas encontram muito mais que apenas um lar. Elas recebem carinho, apoio e uma nova perspectiva de futuro melhor.
A esperança se renova quando aparecem famílias que querem participar do sistema de adoção. O processo é longo. Mas a justiça determina, antes da adoção definitiva, um período de convivência entre os menores e a família interessada na adoção. O promotor do Ministério Público Estadual, Rafael Namorato, explicou como funciona o início do processo de adoção: “Após passar e esgotar o processo de uma reintegração à família biológica, nós verificamos as famílias que estão interessadas e cadastradas na lista para adoção. A partir daí tem um período de adaptação entre o abrigado e o candidato. Essa parte é fundamental para a finalização do processo”, destacou.
Neste período de adaptação, os candidatos frequentam o abrigo aos fins de semana e, posteriormente, o menor passa a frequentar a casa da família interessada. O Secretário Municipal de Assistência Social, Elton Teixeira, destacou o trabalho desenvolvido pela equipe técnica do abrigo: “Aqui nós cuidamos dos abrigados como se fossem nossos filhos. Temos uma equipe muito qualificada. Tentamos amenizar as dores causadas em suas famílias de origem e o objetivo é oferecer uma vida digna a estas crianças e adolescentes, seja com os pais biológicos ou com uma família externa”, ressaltou.
Imagens: Rafaela Diniz/ SEMCOM - PMQ |
Adoção encaminhada
O amor ao próximo e a vontade em ajudar a quem precisa, levaram o casal Priscila Negreiros (28) e Flávio Vinícius Castilho (39) a participar da audiência concentrada. Perante as autoridades, eles falaram da sua história de vida e a motivação para adotar um casal de irmãos que estão abrigados no local, um com onze e outro com sete anos.
A adoção definitiva deve sair ainda este ano. “Sempre quis ajudar uma criança, mas quando a gente começa a conhecer a fundo, verificamos que adoção não é uma ajuda, mas uma gestação fora do ventre”, disse Priscila.
Mesmo após o nascimento de sua filha biológica, a vontade de adotar uma criança não diminuiu. Há três meses, os irmãos abrigados passam os finais de semana na casa e a afinidade só aumenta. Por falar em aumento, o casal já faz obras de ampliação na casa para receber os mais novos integrantes da família. “Nossa preocupação é constante, afinal, queremos dar uma vida melhor para estas crianças. Já estamos fazendo os quartos deles, afinal, serão três filhos agora”, comentou Priscila.
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