Aula inaugural acontece em 18 de junho
no Teatro Metodista. Modalidade semipresencial atende pessoas com mais de 18
anos que não concluíram o Ensino Fundamental
Rita do Ramo (e), tutor Diogo Coutinho e sua mãe Tania Santana Imagens: Thiago Loureiro/ SEMCOM - PMQ |
Na
oportunidade, os alunos que fizeram a pré-matrícula deverão oficializar o
ingresso no curso por meio da apresentação dos seguintes documentos: Certidão
de nascimento ou casamento, identidade, CPF, comprovante de residência,
comprovante de escolaridade e uma foto 3x4. É a etapa que falta para Rita dar
início ao antigo sonho de receber um diploma.
“Aos
12 anos larguei os estudos para ajudar em casa, éramos 14 irmãos e passávamos
muita dificuldade. É muito difícil porque a gente se sente diferente. Em muitos
locais onde trabalhei não pude melhorar de cargo por conta disso, mesmo sabendo
fazer as mesmas funções que outros colegas. Quando soube do projeto fiquei
muito feliz pois saio muito cedo de casa, volto tarde, tenho filho pequeno
então o tempo de estar em sala é raro. Minha filha Yasmin e eu faremos a mesma
série, ela na presencial e eu a distância”, conta a aluna, que um dia pretende
cursar psicologia.
Pioneira
nas redes municipais de ensino de toda a Baixada Fluminense, a iniciativa foi
criada pela Secretaria Municipal de Educação para facilitar a vida de quem
precisou deixar a sala de aula mas não tem tempo para voltar presencialmente ao
ambiente escolar.
Tania Santana (e), coord. do CEADQ, Mônica Souza e Rita do Ramo |
“A
única participação presencial obrigatória para os estudantes são as provas
escritas. Em caso de dúvidas, o aluno pode procurar o polo a qualquer momento e
falar com um dos tutores, que estão à disposição para ajudar”, declarou o
Secretário da Pasta, Lenine Lemos.
Conhecimento de filho para mãe
Uma
das alunas do projeto tem uma história inusitada por trás de sua inscrição.
Tania Maria Santana (56), precisou abandonar a escola por decisão dos pais, mas
nunca desistiu da ideia de concluir os estudos.
“Minha
família acreditava que mulher só precisava estudar até a 5ª série e me tirou da
escola. Sempre me senti inferior, tinha medo de falar errado perto de pessoas
mais estudadas, de escrever, achava minha letra feia... foi muito difícil pra
mim. Mas ao longo da vida decidi priorizar a educação dos meus filhos, para que
não passassem pelo mesmo que eu”, declarou a moradora do bairro Santiago.
Depois
de se casar, ela ajudava no orçamento da casa cuidando de crianças e realizando
serviços como lavagem de roupas até que, com o passar do tempo, o incentivo de
voltar a estudar surgiu de dentro do próprio lar. “Meu filho Diogo é professor
formado em Letras, faz mestrado e sempre percebeu como eu era frustrada por ter
interrompido minha educação. Então aconteceu dele se tornar um dos tutores do
projeto e um dos meus maiores incentivadores”, revelou feliz a aluna do 5º ano
do CEADQ.
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