sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Centro Especializado de Atendimento à Mulher ganha nova sede em Queimados

Em comemoração aos seis anos do órgão na cidade, Prefeitura e Governo do Estado promoveram inauguração nesta sexta (7). Espaço atende vítimas de violência com equipe de assistentes sociais, psicólogas e advogadas


Modelo e empresária Luiza Brunet participou da cerimônia
Imagens Igor Lima/ Semcom - PMQ
Jéssica Moreira - Os seis anos de funcionamento do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) em Queimados foram comemorados em grande estilo nesta sexta-feira (7). Isso porque uma parceria firmada entre a Prefeitura e o Governo do Estado promoveu a inauguração da nova sede do equipamento, que atende vítimas de violência com o intuito de fortalecê-las e apoiá-las com todo o suporte necessário para que retornem às suas vidas normais.

O espaço, agora localizado no Centro de Queimados (Rua Ministro Odilon Braga, 26), continuará prestando acolhimento social e psicológico, orientação e encaminhamento jurídico à mulher em situação de violência. Desde a implantação do equipamento na cidade, mais de 8,8 mil casos foram registrados e atendidos por uma equipe técnica de assistentes sociais, psicólogas e advogadas.
Imagens: Igor Lima/ Semcom - PMQ
Por conta das medidas de prevenção à Covid-19, a cerimônia de inauguração não foi aberta ao público, mas contou com a presença de autoridades como o Governador Wilson Witzel; o Prefeito Carlos Vilela acompanhado da primeira-dama Lúcia Vilela; a secretária municipal de Direitos Humanos e Promoção da Cidadania, Fabiana Portes; a Coord. do Ceam - Queimados, Rosiane de Almeida; o delegado da 55ª DP, Dr. José Afonso Mota; a Ten. Coronel da Polícia Militar Cláudia Moraes; a Sec. Est. Interina de Des. Social e Direitos Humanos, Cristiane Lamarão; a Subsecretária de Políticas para Mulheres, Camila Rodrigues; a representante do Movimento de Mulheres de Queimados, Fátima Sacramento; além de vereadores, secretários municipais a ativistas da causa, como a modelo e empresária Luiza Brunet.

“Registro meu agradecimento ao Prefeito Carlos Vilela por esta parceria. Este é um imóvel reformado, com instalações que infelizmente receberão pessoas com memórias de dor e sofrimento, mas que sairão daqui com o coração cheio de esperanças em um futuro melhor. Seguimos combatendo esta cultura de violência para garantir o bem-estar da população feminina em todo o estado”, declarou o Governador Wilson Witzel.

Para o Prefeito Carlos Vilela, inaugurar um novo espaço de atendimento às vítimas de violência doméstica em meio à pandemia mostra o comprometimento da gestão municipal em relação ao assunto. “Sabemos que os números de casos de agressão doméstica aumentaram durante o isolamento social e tínhamos que oferecer suporte a estas mulheres de uma maneira ainda mais acolhedora e confortável. Por isso, continuamos trabalhando para celebrar esses seis anos de funcionamento do Ceam com uma sede nova e bem localizada. Isso é um recado para todas as queimadenses: vocês não estão sozinhas e devem denunciar qualquer tipo de maus-tratos que sofrerem”, afirmou o gestor.

Uma luta antiga que se transformou em legado

Kátia Martins recebeu homenagens em nome de sua falecida
 mãe 'Tia Dalva', ativista pioneira na cidade
No mesmo dia em que se comemoram os 14 anos de criação da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340), não faltaram relatos emocionantes de vítimas que venceram as dores da violência sofrida dentro de seus lares e as transformaram em garra para ajudar outras mulheres na mesma situação.

Foi o caso de Dalva Marcelina Ferreira Martins, fundadora do Movimento de Mulheres Cristãs de Queimados que teve sua memória eternizada ao ter o nome estampado no auditório do espaço. Sua filha, Kátia Martins (48), se emocionou ao lembrar do pioneirismo de famosa ‘Tia Dalva’ na luta pelo fim da violência contra as mulheres da região.

"Não se pode falar de violência contra a mulher na Baixada Fluminense sem falar dela, que sempre foi referência nessa luta. Ela foi pioneira nesse movimento em Queimados e se reinventou a partir do sofrimento de ser negra, pobre e vítima de violência. Que este espaço seja de solidariedade, de ajuda àquelas que mais precisam de socorro. Mesmo sendo quase analfabeta, ela começou uma rede de acolhimento em nossa própria casa e carregava uma sabedoria ímpar. Lembro que ela sempre dizia ‘em briga de marido e mulher se mete a colher sim’", se emocionou a cabeleireira.

Ceam oferece espaço para filhos de vítimas que procurem
atendimento - IMG Igor Lima
Após distribuir arranjos florais para as mulheres presentes, a Secretária Estadual Interina de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Cristiane Lamarão, afirmou que é dever do poder público combater esta realidade cruel, que faz do Brasil um dos países que mais mata mulheres no mundo. “É muito importante que essas vítimas recuperem a autoestima e a saúde mental e emocional. Trabalhamos para que elas possam idealizar um futuro ao lado de seus filhos, familiares e amigos e que, acima de tudo, possam resgatar o amor próprio", ressaltou. 

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