sexta-feira, 26 de julho de 2019

Luta da mulher Negra Latina e Caribenha é pauta em Queimados

Debate sobre políticas públicas voltadas para a igualdade racial foi realizado nesta sexta (26)

Imagens: Thiago Loureiro/ SEMCOM - PMQ
Kathellen Islyne - No dia 25 de 1992 mulheres Negras Latino–Americanas e Caribenhas se reuniam pela primeira vez para discutir, em conjunto, pautas importantes como o combate ao machismo e o racismo. A data ficou reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) como um marco na luta pela igualdade racial e de gênero. Em alusão a este dia, a Prefeitura de Queimados, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Promoção da Cidadania, promoveu uma roda de debates para discussão de políticas públicas voltadas para a mulher negra. O evento reuniu mulheres e homens negros no Centro de Cidadania LGBT Baixada II nesta sexta (26).

Segundo o IBGE, três entre quatro pessoas mais pobres no Brasil são negras. Em relação ao mercado de trabalho, embora as mulheres recebam 20,5% menos que os homens, o relatório "Mulheres e Trabalho", do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mostra que, quando a comparação é entre as mulheres, as brancas recebem 70% a mais que as negras.

O evento contou com a presença da Primeira-Dama da cidade, Lúcia Vilela. Homenageada como a primeira mulher trans e negra de Queimados, Clô Rayalla falou da necessidade de se discutir a realidade que as mulheres vivem no Brasil. “Somos um dos países mais perigosos para ser mulher. Sendo negra e trans, é ainda mais necessário nos unir para fortalecermos a luta contra o machismo, a homofobia e o racismo”, conta a moradora do bairro Valdariosa.

Gisele Casto, conselheira de Igualdade Racial, reafirmou a luta da mulher negra para vencer os preconceitos. “Durante toda minha vida me disseram que não deveríamos usar batom vermelho. Hoje eu sei que meus lábios ficam lindos desse jeito. Por muito tempo a nossa aparência foi colocada como feia e errada, mas, hoje, nós estamos lutando para que outras meninas negras aceitem seus corpos como eles são. Lindos”, afirmou.

A Coordenadoria de Política de Igualdade Racial é responsável por realizar atendimentos e consultoria para a população negra queimadense. “Estamos trabalhando para fazer com que a sociedade faça uma reflexão sobre a situação atual da pessoa negra. Por mais que a gente diga que vivemos em um país miscigenado, a gente sabe que na prática não tem igualdade racial. Por isso esse espaço faz atendimento de pessoas com acompanhamento jurídico e psicológico e promove discussões de políticas públicas”, concluiu o professor de história e coordenador Jorge Dias. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

deixe aqui seu comentário sobre esta notícia.