O encontro reuniu quase 400 educadores para falar sobre a gestão democrática nas escolas públicas
Só faltou a lousa, a famosa “lista de chamada” usada pela professora para conferir quem faltou à aula antes de tocar o sinal e, porque não deixar de fora, a extinta poeira do giz que às vezes irritava o nariz. Muitos devem ter sentido saudades do tempo de escola, lugar onde todos passam grande parte de suas vidas. Foi esse mesmo sentimento de nostalgia que professores, pedagogos e educadores em geral sentiram durante os dois dias do II Fórum Intermunicipal dos Conselhos Escolares da Baixada Fluminense, que aconteceu nesta quarta e quinta-feira, dias 26 e 27 de julho, na Escola Municipal Metodista, em Queimados.
Refletir sobre as melhorias na gestão educacional das redes públicas de ensino, torná-la mais democrática com a participação ativa dos pais na vida escolar dos filhos e fortalecer os Conselhos Municipais Escolares. Esses foram alguns dos assuntos tratados no Fórum, que reuniu os 13 municípios da Baixada Fluminense.
Realizado pelo Grupo de Articulação e Fortalecimento dos Conselhos Escolares do Rio de Janeiro (GAFCE/RJ), em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria de Educação de Queimados, o encontro pedagógico reuniu nomes de referência na área para a formação de mesas redondas com professores doutorados. O grupo debateu sobre gestão educacional.
Um dos nomes convidados à mesa, a doutora em Educação Escolar, Maria Cecília Luiz, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar/SP), abriu o Fórum com uma palestra sobre o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, no Teatro Municipal Metodista. A palestra falou sobre a importância da sociedade em participar da gestão dos educadores para a melhoria de ensino nas escolas.
A doutorada pela Faculdade de Ciências e Letras - Unesp de Araraquara/SP - realizou a palestra “Novos Rumos para uma Gestão Democrática e Participativa”. Durante a apresentação, a professora falou sobre o fortalecimento dos conselhos, a democracia nas gestões escolares e o estreitamento de uma relação entre educadores e sociedade. “É preciso que tenha uma parceria entre escola e a comunidade. Não tem como obter sucesso na melhoria da educação sem isso”, afirmou Maria Cecília Luiz, que também é coordenadora nacional do curso de extensão à distância de formação continuada em Conselhos Escolares.
Participão dos pais na vida escolar dos filhos
Para a secretária municipal de Educação de Queimados, Miriam de Fátima Rodrigues Motta, o principal objetivo do encontro é envolver a comunidade com a escola na divisão de responsabilidade. “Temos que despertar nos pais que eles devem participar ativamente da vida escolar dos filhos. Não basta deixá-los na escola e ir pra casa. Eles devem conversar com os professores e a direção para saber com anda a nota e comportamento dos filhos, por exemplo. Educação também vem de dentro de casa”, comentou.
Pela parte da tarde, foram montadas três oficinas que serviram com salas de reflexão sobre os temas: “Gestão Participativa”, “Escola e Família: uma parceria de sucesso” e “Participação Social: um novo paradigma na Educação”. Ao todo, mais de 400 pessoas participaram do encontro desde conselheiros escolares, professores a gestores públicos de educação.
Os Conselhos Escolares têm a função de fiscalizar a atual gestão de uma instituição de ensino para garantir uma gestão transparente. Eles podem ter uma participação ativa na parte administrativa, pedagógica e financeira. As atividades dos conselheiros são, por exemplo, definir e fiscalizar a aplicação dos recursos federais, através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) do MEC, destinados à escola e discutir o projeto pedagógico com a direção e os professores.
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