Texto: Bruno Anacleto | Fotos: Divulgação
Às margens da Rodovia Presidente Dutra e por estar próximo ao Arco Metropolitano, o município de Queimados, na Baixada Fluminense, tem se tornado a “menina dos olhos” de grandes empresas que buscam dar maior mobilidade aos seus produtos na região. Com incentivos fiscais e estrutura, a cidade já pode ser considerada uma referência no setor logístico. O motivo é que quatro grandes plantas logísticas estão em fase de instalação na região dando um total de mais de 470 mil m² de área construída, que beiram a Rodovia Presidente Dutra. Essa pode ser a prova que o município reaqueceu a economia e o desenvolvimento.
A segunda planta logística, a BR Log - Associado do GB Armazéns -, está construindo a segundo maior empreendimento deste setor em Queimados, que conta quatro galpões em uma área total de 123 mil m². O primeiro galpão já foi construído e tem 36 mil m². Com um investimento privado de quase R$ 42 milhões, as obras geram quase 200 vagas de emprego. A previsão é que mais 600 sejam geradas após início das operações na região, que fica às margens da Rodovia Presidente Dutra, no bairro Vila Avante. O 3º empreendimento logístico, próximo a BR Log, é a JTM Participações e Locações de Imóveis, que já começou a construir cerca de 10 blocos num total de 16 mil m², também no mesmo bairro
Receita por ISS será destinada para infraestrutura, saúde e educação
De acordo com o prefeito Max Lemos, para muitas fábricas é mais vantajoso alugar grandes espaços para distribuição, os galpões, que construí-los. O fator está ligado diretamente à redução dos custos operacionais logísticos e faz com que elas gerem mais receita e mais tempo. “As grandes empresas finalmente perceberam que Queimados tem um grande potencial logístico, industrial e econômico. Além de estar numa localização estratégica, ao lado da Rodovia Presidente Dutra, que liga aos grandes centros do Estado do Rio e demais capitais, também está próximo ao Arco Metropolitano. E isso é bem visto pelos empresários, porque eles vem a oportunidade de economizar os custos operacionais e a redução de tempo de chegada dos produtos ao consumidor final. Tenho certeza que nossa cidade vai despontar assim como nosso setor industrial”, explicou.
Pólo Ferroviário vai agilizar o transporte da produção do estado
Mais um motivo que faz o município ser referência no setor logístico é a construção do 1º Pólo Multimodal do Estado do Rio de Janeiro. Com mais de 650 mil m² A MRS Logística S.A servirá como centro de distribuição por fluxos ferroviários para escoar cargas de importação e exportação da região para os portos de Itaguaí (RJ) e de Santos (SP). Além disso, o pólo logístico terá acesso direto ao Arco Metropolitano pela Estrada Rio D’Ouro com quase quatro quilômetros de pavimentação.
O empreendimento conta ainda com a participação da empresa especializada em logística de contêineres, a MTO Logística Multimodal S/A, e a empresa Cimento Tupi, que irão utilizar a área para distribuição dos seus produtos. Ao todo, serão gerados 13 mil empregos diretos e indiretos, sendo 500 deles de imediato. A previsão é que as obras do “Porto Seco”, como é chamado, sejam concluídas no 1º semestre de 2015.
Legislação municipal facilita instalação de empresas
Secretário Municipal de Urbanismo, André Bianche, explica que o município teve sua legislação regularizada e atualizada no que se refere à construção em terrenos às margens da Dutra. De acordo com Bianche, a iniciativa tornou mais ágeis os processos de licenciamento das empresas na região. “Criamos leis que regularizam a construção em terrenos à beira da Dutra e beneficiam tanto a nossa cidade quanto o investidor. Temos a lei n° 063/12, que concede incentivos fiscais para implantação de empresas nas Zonas Especiais de Negócios de Queimados – ZENQs, a lei n° 064/13, que cria o código de zoneamento, uso e ocupação do solo urbano como instrumento de desenvolvimento da cidade. Além dessas, temos a lei complementar n° 035/06, que cria o plano diretor de desenvolvimento sustentável e que estabelecem diretrizes e normas para o ordenamento físico-territorial e urbano do município”, concluiu.
A iniciativa faz parte do Plano de Contingência do Município, em parceria com o Governo do Estado, que consiste em uma série de medidas de prevenção e preparação das comunidades frente aos desastres relacionadas às chuvas fortes ou prolongadas. De acordo com o chefe de gabinete da SEMDEC, a área foi mapeada e dividida em dois quadrantes para que pudessem criar cenários fictícios, como a queda de um muro, mal súbito por pessoas idosas, afogamentos, resistência para morador sair de casa, entre outros. Além de 113 adultos, participaram, saindo de suas casas, 10 idosos, 50 crianças, quatro deficientes físicos e um deficiente mental. “Foi bonito ver a população contribuindo voluntariamente, assim temos a certeza que nossa iniciativa tem a aprovação de todos e estamos cada vez mais preparados para atendê-los melhor”.
O estudante Hebert Ferreira, de 24 anos, participou da ação e aceitou simular resistência ao sair de casa. “Achei bom, serviu para eu aprender o que pode acontecer de ruim se a gente insiste em ficar em casa, e pude ver que a polícia militar faz uma ronda por perto para tomar conta da casa, se compromete com a segurança”, aprovou. Além da equipe da defesa Civil e dos servidores da prefeitura, outros atores de fundamental importância para o sucesso da ação foram os voluntários que estiveram presentes, tanto as cinco crianças que fazem parte dos Agentes Comunitários Escolares, que se formaram no dia anterior, quanto as Voluntárias da Terceira Idade, como a Sra. Josélia Miranda, que atua há três anos. “Fiz o curso para me ocupar e hoje participo de tudo, me sinto útil e ativa, sempre disposta a ajudar”, destacou. 
