quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Autoridades alertam: Segunda dose é tão importante quanto a primeira

Em Queimados a baixa procura da vacina contra o HPV preocupa

Texto: Dine Estela | Fotos: Luiz Ambrosio
A segunda dose da vacina contra o HPV começou a ser aplicada este mês em todo país e a meta é atingir todas as meninas que ganharam a primeira dose há seis meses. No entanto, a baixa procura tem preocupado as autoridades sanitárias de Queimados. A vacina está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde da cidade. No Brasil, a estimativa para 2014 é que sejam registrados 15.590 novos casos de câncer de colo de útero. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença matou 5.160 mulheres em 2011.


Depois da primeira dose há seis meses, estas adolescentes deveriam ter voltado ao posto para receber a segunda dose de reforço agora em setembro, algo que não vem acontecendo, alerta a secretária municipal de saúde, Dr.ª Fátima Cristina. “Fizemos uma campanha na abertura da vacinação, mas estas meninas não estão voltando para receber a segunda dose, o que está nos preocupando, porque se não tomarem esta dose, todo o trabalho de seis meses atrás, irá por água abaixo. É muito importante também levar o comprovante da primeira vacinação para fins de registro e acompanhamento, já que estaremos realizando um trabalho de busca ativa destas meninas”, destacou a secretária. Na primeira fase da campanha foram vacinadas  3.700 meninas. A meta é chegar  4 mil na segunda dose. 

A diretora de imunização da prefeitura de Queimados, Ana Mascarenhas, alerta sobre a importância da vacina. “Está é uma das doenças que mais matam mulheres no Brasil, abaixo apenas do câncer de mama. Não podemos deixar que estas meninas percam a oportunidade de serem protegidas”, destacou Ana. Ainda segundo Ana, a divulgação, em rede nacional de televisão, de reação à vacina contra o HPV (papilomavírus humano que provoca câncer de útero) por três meninas da mesma sala de aula na cidade de Bertioga (São Paulo) pode estar provocando resistência por adolescentes em todo país.

Em nota assinada pela coordenadora geral do Programa Nacional de Imunização, Carla Magda Domingues, o fenômeno já foi observado em aplicações com outras vacinas injetáveis e nesse momento a hipótese diagnósticada tem associação com a ansiedade de receber uma injeção (reação de ansiedade após vacinação). “Na mesma cidade, aplicamos mais de 10 mil doses na primeira fase da campanha, sem registrar qualquer problema”, disse Maria Goreti Cardoso.


Mesmo quem não tomou a primeira dose, deve se vacinar

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com a pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Ele também pode ser transmitido da mãe para o filho no momento do parto. Meninas de 11 a 13 anos devem tomar a segunda dose da vacina contra o HPV em qualquer unidade básica de saúde de Queimados. Mesmo quem não tomou a primeira dose, também poderá tomar a primeira dose e fazer o reforço em seis meses e depois de cinco anos.

O que é o HPV e quais as suas características

O HPV é um condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito rotineiramente por todas as mulheres.

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