Autora de “Alafiá: A Princesa Guerreira”, Sinara Rúbia participou da iniciativa “Autor Homenageado” nesta segunda. Promovido pela Prefeitura, evento reuniu 600 alunos
IMG Thiago Loureiro/PMQ-SEMCOM |
André Uchôa - Quantos
autores negros você já leu? Provavelmente, poucos. Já os alunos da Escola
Municipal Metodista, em Queimados, foram apresentados a muitas obras com
protagonistas negros neste ano letivo. Além de terem acesso a livros com esta temática nas aulas de leitura, cerca de 600 estudantes da unidade viveram um momento pra lá de especial nesta segunda-feira (25): eles tiveram a oportunidade de conhecer Sinara Rúbia, autora do livro “Alafiá: A Princesa Guerreira”. A escritora visitou a escola graças à
iniciativa “Autor Homenageado”, criada pela Prefeitura
por meio da Secretaria Municipal de Educação.
Durante todo o dia, os espectadores presentes no Teatro Metodista aprenderam mais sobre a representatividade negra através de apresentações do Grupo Cultural Vozes da
África, formado por Sinara e pelos atores Paulo
Gomes e Ericson dos Anjos. Os artistas fizeram uma encenação do livro “Alafiá:
A Princesa Guerreira”, que conta a história de uma princesa africana do antigo reino de Daomé que veio ao Brasil como vítima do tráfico
negreiro, no período em que o país era colonizado pelos portugueses.
Na luta contra a escravidão, a jovem se tornou uma guerreira
quilombola.
Com os olhos brilhantes e a atenção capturada pelas cores, figurinos e pela própria mensagem passado no palco, o aluno aluno Arthur Daniel (7), fez questão de homenagear a
escritora. “Sinara, você é a única princesa negra que conheço. E eu queria
dizer que todos os negros merecem respeito, pois eles são importantes”, disse o aluno
do 1º ano.
Se por um
lado o encontro foi de aprendizado para os pequenos, para a escritora Sinara Rúbia o evento foi pura emoção. Feliz em estar pela primeira vez na unidade, a autora
fez questão de destacar a importância de abordar essa temática dentro da
escola.
“Muitos
livros de história, principalmente os infantojuvenis, não destacam a presença
dos negros dentro da construção cultural e histórica do país. Por isso, devemos
começar dentro de espaços como esse a discutir o protagonismo da
população negra e, claro, enfrentar qualquer forma de racismo”,
destaca a autora.
Educação no combate ao racismo
Introduzir o debate sobre questões ligadas à negritude dentro da sala de
aula é um dos fatores primordiais para o enfrentamento ao racismo, como estabelece a lei 11.645/08, que inclui a
abordagem da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no
currículo oficial nas redes de ensino.
“A promoção deste trabalho é necessária, pois precisamos
lutar por uma sociedade antirracista. É importante compreender que a escola
trabalha com literaturas diversas, e quanto maior o contato que os alunos tiverem
com histórias que possuem personagens negros e indígenas, mais teremos êxito em promover uma educação contra o racismo”,
enfatiza uma das articuladoras de leitura da unidade, Isabella Melo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
deixe aqui seu comentário sobre esta notícia.