segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Protagonismo negro em foco: escritora do universo infantojuvenil visita estudantes da Escola Metodista

Autora de “Alafiá: A Princesa Guerreira”, Sinara Rúbia participou da iniciativa “Autor Homenageado” nesta segunda. Promovido pela Prefeitura, evento reuniu 600 alunos

IMG Thiago Loureiro/PMQ-SEMCOM
André Uchôa - Quantos autores negros você já leu? Provavelmente, poucos. Já os alunos da Escola Municipal Metodista, em Queimados, foram apresentados a muitas obras com protagonistas negros neste ano letivo. Além de terem acesso a livros com esta temática nas aulas de leitura, cerca de 600 estudantes da unidade viveram um momento pra lá de especial nesta segunda-feira (25): eles tiveram a oportunidade de conhecer Sinara Rúbia, autora do livro “Alafiá: A Princesa Guerreira”. A escritora visitou a escola graças à iniciativa “Autor Homenageado”, criada pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Educação.

Durante todo o dia, os espectadores presentes no Teatro Metodista aprenderam mais sobre a representatividade negra através de apresentações do Grupo Cultural Vozes da África, formado por Sinara e pelos atores Paulo Gomes e Ericson dos Anjos. Os artistas  fizeram uma encenação do livro “Alafiá: A Princesa Guerreira”, que conta a história de uma princesa africana do antigo reino de Daomé que veio ao Brasil como vítima do tráfico negreiro, no período em que o país era colonizado pelos portugueses. Na luta contra a escravidão, a jovem se tornou uma guerreira quilombola.

Com os olhos brilhantes e a atenção capturada pelas cores, figurinos e pela própria mensagem passado no palco, o aluno aluno Arthur Daniel (7), fez questão de homenagear a escritora. “Sinara, você é a única princesa negra que conheço. E eu queria dizer que todos os negros merecem respeito, pois eles são importantes”, disse o aluno do 1º ano.

Se por um lado o encontro foi de aprendizado para os pequenos, para a escritora Sinara Rúbia o evento foi pura emoção. Feliz em estar pela primeira vez na unidade, a autora fez questão de destacar a importância de abordar essa temática dentro da escola.

“Muitos livros de história, principalmente os infantojuvenis, não destacam a presença dos negros dentro da construção cultural e histórica do país. Por isso, devemos começar dentro de espaços como esse a discutir o protagonismo da população negra e, claro, enfrentar qualquer forma de racismo”, destaca a autora.

Educação no combate ao racismo

Introduzir o debate sobre questões ligadas à negritude dentro da sala de aula é um dos fatores primordiais para o enfrentamento ao racismo, como  estabelece a lei 11.645/08, que inclui a abordagem da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” no currículo oficial nas redes de ensino.


“A promoção deste trabalho é necessária, pois precisamos lutar por uma sociedade antirracista. É importante compreender que a escola trabalha com  literaturas diversas, e quanto maior o contato que os alunos tiverem com histórias que possuem personagens negros e indígenas, mais teremos êxito em promover uma educação contra o racismo”, enfatiza uma das articuladoras de leitura da unidade, Isabella Melo.

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