quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Um canto de esperança

Coral Superação, formado por pacientes que tratam sequelas de AVC, em Queimados, fazem apresentação de Natal e emociona o público

Marina Mendes - O canto emociona e leva à reflexão e, a cada apresentação do Coral Superação, mais um passo é dado rumo a dias melhores. Na manhã desta quinta-feira (21), o grupo vocal, formado por pacientes que sofreram algum tipo de sequela vocal causada por um AVC (Acidente Vascular Cerebral), realizou uma apresentação especial de natal no CETHID (Centro Especializado de Hipertensão e Diabetes), em Queimados, na Baixada Fluminense, local onde fazem tratamentos para a recuperação. A exibição arrancou lágrimas de emoção e sorrisos de felicidade dos espectadores.

A apresentação, que contou com outros pacientes, funcionários e familiares na plateia, começou com a música “Um Novo tempo”, de Cecília Dalle, e chegou ao auge no refrão “Hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa”. Cerca de 30 pessoas fazem parte do coral e realizam tratamento fonoaudiológico para, basicamente, corrigir as disfunções de expressão, compreensão e articulação da linguagem. No repertório também estava outros grandes sucessos da Música Popular Brasileira. No fim, muitos aplausos e sentimento de mais uma etapa vencida.

Um grande exemplo de superação é a senhora Maria Helena Ferreira, de 49 anos. Ela é uma das integrantes do Coral e sofreu de um AVC há apenas 6 meses, e, mesmo não tendo sequelas de extrema gravidade, a doença lhe causou paralisia facial, que a deixou com dificuldades na fala e na cognição. Professora há 26 anos, ela se sente mais solta desde que iniciou o tratamento, e explica que participar do coral é uma motivação. “Aqui a gente convive com pessoas de todos os jeitos, iguais, melhores ou piores que a gente, mas todas se identificam. Conheci muitas pessoas boas aqui, e com isso espero nunca mais ter um problema como esse”, declarou.

Só eu sei a alegria de estar viva”
Já Lindalva Soares, de 67 anos, só de falar do assunto os olhos ficam marejados e um sorriso tímido aparece no rosto. Ainda com pequenos gaguejos e um andar lento, a idosa frisou a alegria de estar viva, depois de um problema tão sério como sofrer um AVC: “Só eu sei a alegria de viver e de estar aqui. Quando cheguei aqui, há 4 meses eu não andava e nem falava, e ainda era muito tímida”, conta.


Além disso, Lindalva fez questão de parabenizar a equipe de saúde do CETHID, que a atendia durante todos os dias no doloroso início do tratamento. Hoje, ela explica que devido à mudança no quadro da doença, só tem consultas duas vezes por semana: “Quando cheguei aqui, pela primeira vez, eu não conseguia andar, e hoje consigo. Então eu agradeço muito a equipe”, contou emocionada.

A responsável e terapeuta da fala Katia Cristina Sampaio, de 41 anos, tem 15 anos de profissão e participa do projeto do coral desde o princípio. Segundo ela, a ideia começou a princípio no consultório, com 7 pessoas, e hoje chega em média a 30 pacientes participando. Quanto aos métodos, são variados, dependendo unicamente do paciente e da resposta que ele dá aos profissionais. Como as consultas são em grupo, Katia trabalha o que afeta cada um deles. “Trabalhando a cognição, linguagem compreensiva, articulação da fala, respiração, em grupo, acabamos tornando a terapia da fala numa espécie de terapia do relaxamento”, concluiu.

Para buscar tratamento no local, o horário de funcionamento  é de segunda à sexta, das 7h às 17h, e sábado das 7h às 13h, na Rua Onze, s/n° - Vila Pacaembú. Os pacientes podem entrar em contato com a unidade também através do telefone da central de regulação de exames: (21) 2665-8787.





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