Prefeitura promoveu
fórum com servidores da rede para discutir desde os maus tratos físicos a
abusos sexuais em mulheres grávidas
Marina Mendes- Mais
um dia de capacitação para os profissionais do município de Queimados. Na
última sexta-feira (14), foi a vez da 7ª edição do Fórum do Setor Técnico
de Enfrentamento às Violências, que teve como título do evento ‘Arena de
Saberes: Diálogo pelo fim da violência – Do Pré Natal ao Pós-Parto’. O evento
aconteceu na sede da Vigilância em Saúde e teve como objetivo discutir o
papel e a postura do profissional de saúde antes, durante e depois do parto,
perante às mulheres.
“Na
hora de fazer, você gostou, né?”, “Não chora não, ano que vem você está aqui de
novo!”, “Se continuar com essa frescura, não vou te atender!” foram umas das
frases citadas e criticadas pelos palestrantes, que foram os subsecretários de
Saúde Kelly Lisboa e Uilen Barbosa. Além disso, foram distribuídos panfletos,
textos e vídeos para os profissionais, que tratavam justamente em
criticar o modelo obstétrico violento e o excesso de intervenção médica em
alguns casos.
Para
a subsecretária adjunta de Vigilância em Saúde e também enfermeira Kelly
Lisboa, o evento é uma forma de alertar aos profissionais para esse tipo de
violência, que acontece em um dos momentos mais importantes da vida de algumas
mulheres. “A gente realmente tem que ter discussões sobre isso, e
entender que isso tudo também é uma forma de violentar uma mulher. É preciso
lembrar que até mesmo na hora do parto, as mulheres sofrem com a possibilidade
de não terem seus direitos”, declarou.
Já
para o subsecretário Uilen Barbosa, que além de enfermeiro também já
trabalhou como professor, é importante ressaltar os dados da violência
obstétrica, que assustam: uma em cada quatro mulheres no Brasil sofre violência
durante a gestação ou parto. "Os dados são alarmantes e mostram que há uma
cultura de violência dentro dos centros cirúrgicos e enfermarias. São eventos
como esse que isso vai sendo exterminado no meio profissional. Estamos
aqui pra fazer a diferença", concluiu.
Coordenadora
técnica do combate à violência obstétrica, Márcia Guimarães, 38 anos,
acompanhou o Fórum do ínicio ao fim e aproveitou para se atualizar
"Estamos todos aqui para aprender e renovar nosso trabalho. Existem
diversas formas de violência contra à mulher, e essa não pode ser esquecida, é
uma violência contra a mãe e contra o filho", declarou.
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