quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Medidas de prevenção ao câncer ocupacional são debatidas em Queimados

Profissionais da rede municipal de saúde participaram de capacitação promovida pela Prefeitura em parceria com o INCA

Fotos: Felipe Bragança
Aline Lopes - Para promover políticas públicas de prevenção ao câncer ocupacional e preparar profissionais de saúde nesta área de atuação, a Prefeitura de Queimados, em parceira com o Instituto Nacional de Câncer, deu início à capacitação “Vigilância do câncer relacionado ao trabalho e ao ambiente” nesta quinta-feira (5).

Cerca de 60 funcionários da rede municipal de saúde (entre médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais) participaram do evento, realizado no Auditório do Centro de Esporte e Lazer da Terceira Idade. As aulas continuam nesta sexta-feira (6), para mais 70 profissionais já inscritos (entre agentes de saúde e técnicos de enfermagem).  

O município foi o segundo do Rio de Janeiro e ser contemplado com a capacitação dos profissionais de saúde. Durante a oficina, as palestrantes do INCA: Helen Souza, Barbara Geraldina, Ubirani Barros e Kátia Poça abordam temas sobre o câncer no Brasil, estatísticas de mortalidade, agentes cancerígenos no ambiente e no trabalho, além de medidas de prevenção e a importância da notificação dos casos ao Ministério da Saúde (apesar de existirem evidências científicas que exposições no trabalho podem causar câncer, o número de registros ainda é pequeno).  

De acordo com os dados do INCA, 10,8% dos casos de cânceres em homens e 2,2% em mulheres surgem em função de fatores relacionados ao local de trabalho. Quando expostos a substâncias como poeira, agrotóxicos, metais e radiações, as chances de adquirirem câncer no pulmão, na pele e na bexiga, leucemia e os mesoteliomas podem aumentar. 

Enfermeira Daiane Mesquita
Para a Secretária Municipal de Saúde, Drª Lívia Guedes, a capacitação é importante para despertar um novo olhar nos profissionais.  “Uma vez que cogitamos a possibilidade daquele paciente ter um câncer ocupacional, conseguimos o diagnóstico precoce, o que aumenta suas chances de cura. Além disso, as unidades de saúde poderão adotar medidas de prevenção e conscientização, orientando os usuários sobre os riscos que podem estar expostos”, afirmou a gestora.  


Enfermeira na Clínica da Família Pastor Robson Romero de Oliveira, Daiane Mesquita acredita que o curso é essencial para aprimorar ainda mais os serviços prestados a população. “Nem sempre relacionamos a doença do paciente com o ambiente de trabalho. Após esta oficina tenho certeza que todos aqui passaram a considerar mais essa possibilidade ao examinar atentamente os moradores que chegam à unidade de saúde”, afirmou a profissional.

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