sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Professores da rede municipal de ensino de Queimados terão livros expostos na Bienal

Igor Gonçalves, Verônica Cunha e Cilene Maria comemoram momento ímpar em suas carreiras no mundo literário
Imagens: Thiago Loureiro/ SEMCOM
André Uchôa - Que ler é um prazer, muita gente sabe. Mas poucos têm noção de que escrever um livro significa, também, vencer obstáculos. Com vivências diferentes, os professores da rede municipal de Educação em Queimados Igor Gonçalves (27), Verônica Cunha (42) e Cilene Maria (48), têm histórias em comum. Além de serem autores inspirados por experiências em sala de aula, os três terão suas obras expostas na 19ª edição Bienal Internacional do Livro.
Articulador de leitura na Escola Municipal Senador Nelson Carneiro, Igor Gonçalves é autor de ‘Luzia’, obra que aborda a história de uma menina que não gosta de seu nome e questiona suas origens.  Há quatro anos trabalhando para promover o gosto pela leitura junto a seus estudantes, o docente conta que sua protagonista surgiu a partir de um trabalho desenvolvido na sala de leitura e foi inspirada num importante achado arqueológico.
“Estávamos trabalhando o significado dos nomes dos alunos. No meio do processo, tive a ideia de falar sobre quem poderia ter sido a dona do crânio encontrado em Minas Gerais e batizado de Luzia (fóssil humano mais antigo encontrado na América do Sul). Ao imaginá-la negra, decidi por valorizar toda a ancestralidade africana, além de dar às crianças uma oportunidade de se verem como protagonistas. O trabalho de ilustração da Suzana Diks fez toda diferença”, relatou.
Quando perguntado sobre a expectativa de dividir espaço com grandes nomes da literatura na famosa feira literária, o escritor diz estar empolgado. “Estou ansioso com este momento. Estar na Bienal, é levar a minha história e meu trabalho para expor a toda sociedade. O momento é único e será um marco em toda minha vida”, afirmou feliz.  
Além de professoras: escritoras
Amantes do mundo da leitura e da escrita, as Orientadoras Educacionais da rede municipal de ensino Verônica Cunha (42) e Cilene Maria Cavalcanti (48) também estarão compartilhando seus talentos na 19ª edição da Bienal. Juntas, as escritoras contam suas vivências na literatura e as experiências adquiridas em sala de aula, que influenciaram diretamente o conteúdo de suas obras.  
Nascida em Queimados, Verônica é autora de dois livros de poesias e crônicas: ‘Coração em Palavras’ e ‘Pirulito: Crônicas para professores e admiradores’, que será lançado nesta terça-feira (3), durante o evento no stand R32, no Pavilhão Verde.
Tendo como referência a escritora brasileira Conceição Evaristo, a educadora – que tem 25 anos de carreira - afirma que escrever é uma resistência em tempos difíceis. “Hoje, graças a tantas lutas conseguimos como mulher e negra ocupar esses espaços da literatura. Vivemos dias complexos, e na verdade, a poesia pra mim é uma forma de resistência. Uso um trecho do poema de Conceição que diz ‘Menina, meu poema primeiro cuida de mim’. A literatura mantém vivos os meus pensamentos”, frisou a mestre em educação que mora no bairro Belmonte.
Cilene Cavalcanti (à esquerda) - Arquivo Pessoal
Já a autora de duas edições do livro ‘Lygia Bojunga e suas histórias’, Cilene Maria Cavalcanti (48) trabalha na E.M. Professor Washington Manoel de Souza. Após dois anos após publicar seu primeiro livro, a Mestre em Educação percorre várias escolas e igrejas falando sobre autoconhecimento e desenvolvimento cognitivo. Agora, prepara o lançamento da terceira edição da obra. “É um reconhecimento estar divulgando o meu trabalho da maior reunião de autores do mundo. Isso é sinal de que estou no caminho certo e, sou muito grata as pessoas por gostarem deste trabalho”, contou.

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