quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Queimados realiza treinamento às agentes de ponta no atendimento às vítimas de violência

Discutir políticas públicas que tragam a teoria da lei de proteção as mulheres para a prática do dia a dia é um desafio que Queimados está encarando de frente. Para avançar nas políticas que cuidem da mulher que sofre violência em todas as suas faixas etárias, foi realizado um treinamento, no Teatro Metodista no dia 8, com palestras e aulas práticas para agilizar o processo da rede de enfrentamento à violência, para um melhor acolhimento e encaminhamento das vítimas do município. Na ocasião, o Deputado Estadual e Secretário de Assistência social do Estado do Rio de Janeiro, Zaqueu Teixeira, anunciou a vinda de um CIAM – Centro Integrado de Apoio à Mulher – para Queimados, totalmente equipado e com infraestrutura da mesma qualidade que o único CIAM existente na Baixada, que fica em Nova Iguaçu.

As palestrantes levaram os presentes a pensarem, discutirem e fomentarem ideias que regerão o funcionamento da rede, para que no município todos os profissionais de ponta, dos conselhos, da delegacia, nas escolas, nos CRAS e nos hospitais, tenham o preparo para lidar com a vítima quando ela precisar do poder público. Os técnicos decidiram em plenária que o encaminhamento começará pelo atendimento na UPA, o qual fará a notificação compulsória da lesão, tomará as providências cabíveis em relação a remédios e encaminhará à delegacia, para que todos os processos legais possam ser tomados e levará a vítima para o CRAS, onde essa pessoa receberá auxílio de profissionais para o restabelecimento deste indivíduo na sociedade.

O tom dos participantes era de aprender a tratar o violentado com sensibilidade, como explicou a servidora do NAE – Núcleo de Atendimento ao Estudante – Simone Klen. “O NAE cuida especificamente da criança que possui alguma dificuldade no aprendizado e um dos maiores motivos dessa dificuldade é algum tipo de violência que esta criança sofre em sua casa. Hoje, ouvimos incansavelmente que o agredido precisa ser recebido com sensibilidade, pois está em nossas mãos, realizar a notificação compulsória, que dará início ao auxílio que a pessoa agredida precisa”, contou Simone.

A vice-prefeita Marcia Teixeira se comprometeu em lutar para que Queimados avance cada vez mais em ações que cuidem da população. “Os primeiros quatro anos de governo do Prefeito Max Lemos foi um boom de estrutura e obras, e agora, no segundo mandato, começa, por determinação dele, o boom de cuidar das pessoas com políticas públicas que de fato e de verdade funcionem e atendam a demanda da população. Em nosso município, de todas as notificações que recebemos, 40% se trata da lei Maria da Penha, isso nos mostra que a população necessita que olhemos com mais cuidado para a atenção às vítimas de violência. Vou propor na câmara de nossa cidade, que a Lei Federal que torna obrigatório a notificação compulsória, vire lei também aqui em nosso município. É preciso fazer barulho, para que aqui o agressor saiba que as coisas funcionam e nenhuma violência sairá impune”, declarou Márcia.

Treinamento

Uma esquete realizada demonstrou aos presentes como o agredido se sente com a situação de violência. A pequena peça teatral, que teve o tema: “Deus me livre com a ajuda da lei”, realizada pelo setor técnico de educação em saúde, levou os presentes a pensarem e se emocionarem com as tristes histórias que ocorrem em nosso país, todos os dias. Para a funcionária do CAPS, Celina Tavares, todo o evento trouxe profundas reflexões. “Nunca havia parado para pensar na sensibilidade do momento de atendimento à essas pessoas. Além de me capacitar para realizar as notificações compulsórias, saio daqui uma profissional com o olhar mais atento a fragilidade das vítimas e com o desejo de ser o primeiro atendimento positivo que o agredido terá, para lhe dar o conforto de saber que será cuidado, tratado e acompanhado”, frisou Celina.

Houve também a explicação passo a passo de como realizar o preenchimento da notificação compulsória, onde todos puderam tirar suas dúvidas. A coordenadora de políticas públicas para as mulheres, Eliana Leôncio, explicou como será a estratégia para que as mulheres saibam do trabalho existente no município e se sintam seguras em denunciar. “Começamos hoje a grande caminhada em busca de uma cidade onde as mulheres são donas de si, de suas vidas, seu corpo e sua liberdade. Agora, levaremos esse mesmo programa para dentro dos bairros, para que, aquelas que não saibam da existência do nosso trabalho passe a conhecer e assim saber que tem parceiros e gente interessada em ajudá-la. Por isso estamos começando com as redes, para que, nos fortalecendo, possamos exercer nosso papel de multiplicadores dos direitos humanos”, exclamou Eliana
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O evento contou com a participação da coordenadora do CIAM Baixada, Elizete Lopes, da delegada Tereza Maria Pezza, do Secretário de Direitos Humanos e Promoção da Cidadania José Ribamar Dadinho, das palestrantes Ciomara Santos, Superintendente da mulher em São João de Mereti, enfermeira Ercília Silva, do Programa Municipal de DST/AIDS, da enfermeira da UPA, Flávia Ramos, além de agentes das unidades e autoridades representando os seguintes órgãos, o 24° Batalhão, a 55° DP, PSF, OAB, Coordenação de direito e prática jurídica da Estácio de Sá, Ministério Público, Vara Criminal, Vara da Família, infância, adolescência e idoso, Conselho comunitário de segurança pública, Conselho municipal dos direitos a mulher, Conselho municipal dos direitos de igualdade racial, Conselho municipal do idoso, Conselho municipal de pessoas com deficiência, Conselho municipal tutelar, CRAS,  ALERJ, Sub secretaria de políticas públicas para mulheres do estado do RJ, Superintendência de políticas públicas para mulheres de São João de Mereti, DEAM, CIAM. 

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