Marina Mendes - A violência contra a mulher é um tema que não pode ser esquecido. Pensando nisso, Prefeitura de Queimados, por meio da Secretaria Municipal de Assistência social, organizou na ultima quarta-feira (6) a palestra "Direitos das mulheres e tipos de violência". A ideia era reunir as mulheres, adultas e idosas, e bater um papo sobre violência doméstica. As convidadas para a mesa foram a delegada Alrian Fernandes, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Nova Iguaçu e Dra. Sandra Ornellas, que é coordenadora da Perícia técnica do Estado do Rio de Janeiro.
A fala de abertura ficou com Alrian Fernandes. A delegada relembrou a trágica história de Maria da Penha que, após levar um tiro do marido enquanto dormia e ficar paraplégica, inspirou a Lei 11340/06. "É importante que se diga que essa lei é extremamente moderna. É uma lei que abriu portas para o crime de feminicídio ser contemplado no código penal, um homicídio que é praticado só porque a mulher é mulher", afirma Alrian.
Com 9 anos de carreira, a delegada frisou que a violência domestica está para além da violência fisica. A violência psicológica, por exemplo, que é uma modalidade que fere a autoestima da mulher, também deve ser denunciada. "Todas as questões relativas à injúria e difamação são contempladas pela Lei. Se o seu parceiro divulga fotos íntimas sem consentimento, quebra algum instrumento de trabalho por ciúmes, te acusa de crimes que você nao cometeu, te humilha com xingamentos, ele pode ser penalizado. Que fique claro, essa conduta é crime."
Quem também estava no evento era Eliana Leôncio, que é peça importante no empoderamento feminino no município de Queimados. Na Secretaria de Direitos Humanos, Eliana tem vínculo direto com a coordenadoria de políticas públicas da mulher. "Em primeiro lugar, a coordenadoria de políticas públicas para mulher é um orgão de articulação politica, onde se desenvolve ideias e projetos que a gente busca em cima da rede de serviços oferecida pelo município. Atendemos 20 mulheres por dia, e no mês de Agosto, chegamos a atender 180 mulheres vítimas de violência domestica."
Eliana esclarece que o principal ponto é a segurança, mas deixa claro que o empoderamento também pode ter partida de outros lados. "A coordenadoria tem feito parcerias com a secretaria de educação, por exemplo, para levar as mulheres que não terminaram os estudos para as escolas e dar a elas uma sensação de autonomia. Alem disso, organizamos palestras, audiências, porque pensamos também na necessidade de esclarecer a violência para as mulheres."
O evento ainda contou com a parceria da CEDAE, que ofereceu uma aula de conscientização ambiental para crianças enquanto a palestra acontecia. O prefeito Carlos Vilela, também esteve presente no evento, compondo a mesa. Para Vilela, o combate à violência contra a mulher é uma das prioridades de seu governo. "É de infinita importância a existência de eventos como esse. A conscientização também é uma medida para ajudar as mulheres. O que nós pudermos oferecer de auxilio a elas, nós oferecemos", concluiu o prefeito.
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