Secretaria Municipal de Educação promoveu fórum que reuniu vários
profissionais para discutir a questão em mais de 12 horas de duração
Dine Estela: A Prefeitura de Queimados, através da Secretaria Municipal de Educação, realizou na última quinta-feira, 28, o I Fórum de Educação e Relações Étnico-Raciais da cidade, que teve por objetivo de debater o racismo e a implementação do ensino da história afro-brasileira e indígena nas escolas municipais, com base nas leis federais 910.639/03 e 11.645/08. O encontro aconteceu no Teatro Metodista, com mais de 12 horas de duração e reuniu ícones de várias instituições ligadas ao movimento negro e indígena, além dos professores e implementadores de leitura da rede municipal de ensino.
Com base em dados estatísticos de que a população negra representa mais de 54% dos brasileiros, a Prefeitura está investindo pesado em programas pedagógicos que destaquem a importância e o papel do negro na sociedade, contou o secretário de educação, professor Lenine Lemos. “Estamos trabalhando firmemente para garantir com que nossos alunos tenham conhecimento amplo de suas origens e saibam que vêm de um povo muito forte e rico culturalmente, apesar de todo o enfraquecimento colonizador que ainda sofremos até os dias atuais”, enfatizou na abertura do seminário.
Para abalizar a fala do secretário, a subsecretária pedagógica, Lina Vasconcelos que organizou o Fórum, realizou uma prestação de contas de todo o trabalho que já vem sendo realizado na rede através de palestras, seminários e conferências neste sentido. “Estamos realizando um estudo de aplicação das diretrizes das Leis para a implementação na rede municipal e realizamos primeiramente com os professores que levarão para os alunos e toda a comunidade escolar que inclui os pais. Nossa articuladora Luzia de Fátima já realizou oficinas com todos os professores e este seminário mostrou como foi o trabalho e visa reforçar todo o conteúdo apresentado no último semestre”. Explicou.
O evento contou com a participação de vários palestrantes, entre eles: a professora Alessandra Pio do Colégio Dom Pedro II, doutoranda em NY, Marlene de Oliveira, mestranda da UFRRJ, Leandro Santanna, ator e produtor cultural, Sandra Marcelino, professora e doutoranda/PUC, Mateus Pereira, estudante de medicina /UFRJ, Geisa Lopes, Engenheira Química/UFRRJ, o Dr.º Eraldo Nilton de Carvalho, vereador e advogado/vice-presidente da OAB Queimados e do advogado Ozias Inocêncio.
Alunos da EJA recebem o primeiro contato com sua história
Através da palestra da jornalista Luciana Barreto da TV Brasil, os alunos da EJA - Educação de Jovens e Adultos foram os primeiros a receberem o primeiro contato desta nova visão educacional que revela a escravidão nos dias atuais e como sair dela. “A Escravidão hoje em dia está em nossas mentes e ninguém pode nos libertar, senão nós mesmos”, destacou Luciana.
A resposta foi imediata e alguns alunos levantaram questões como o estudante da Escola Estadual Luiz Guimarães, Ubiratan Santos, de 19 anos. “Como a gente faz para não se deixar levar por essa “meritocracia”, perguntou o estudante do 3º ano do segundo grau. A palestrante foi clara: “Simples, não existe meritocracia em nosso país, o que existe são “oportunidades” que geralmente a classe mais pobre não consegue, mas que fique claro que somos muito capazes sim e o povo mais forte que existe”, acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
deixe aqui seu comentário sobre esta notícia.