Profissionais da cidade são os primeiros do Estado do Rio a receberem carteira de identificação para o exercício da função
Dine Estela - Compra, venda e escoamento de mercadoria, essas ações muitas vezes representavam verdadeira dor de cabeça para os artesãos, que chegavam a ser confundidos com vendedores e ambulantes comuns. No entanto, a dificuldade começou a ser minimizada com a criação da “identidade do artesão”, através do credenciamento nacional e, Queimados foi a primeira cidade do Estado do Rio a receber as credenciais pelo Programa Brasileiro de Artesanato. Nesta quarta-feira (10), cerca de 300 artesãos da cidade foram contemplados com a carteira do artesão, uma espécie de credencial que identifica e abre portas, inclusive para o exterior.
Através do termo de cooperação técnica assinado com o Estado, será possível também a realização de cursos, palestras e participação em feiras nacionais e internacionais, explicou a subsecretária adjunta da Secretaria Estadual de Turismo e coordenadora do Programa Nacional de Artesanato, Nea Mariozz. “Os artesãos de Queimados agora estão prontos para participar de todos os eventos nacionais e internacionais de artesanato. Com esta credencial, estamos ajudando a abrir portas e divulgar nossa arte”, afirmou.
A cidade de Queimados foi a primeira a ser cadastrada no Programa Nacional de Artesanato. No ato do credenciamento, também foi assinado um termo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Queimados e o Estado do Rio. De agora em diante, Queimados entra no circuito cultural e de turismo do Estado no que tange ao artesanato. Participaram do evento, representando o prefeito Carlos Vilela, o seu vice, Machado Laz e a primeira dama, Lúcia Vilela.
De Queimados para o mundo
O credenciamento dos artesãos e o reconhecimento como profissão começa a abrir portas para o Exterior. Através de uma parceria com a Universidade Estácio de Sá, curso de Turismo, o material desses profissionais está sendo apresentado ao mercado dos EUA e o interesse começa a gerar lucros para a categoria, contou a presidente da Associação dos Produtores de Artesanato do Município de Queimados (ADPARQS), Neurizete da Silva. “Recebemos uma comitiva dos EUA para avaliar nosso material e eles gostaram muito do nosso trabalho. Em parceira com a universidade estamos aprendendo como apresentar e exportar nosso artesanato”, disse.
O primeiro artesão a receber sua carteirinha foi Carlos Roberto Rodrigues, 58, morador do bairro São Roque. Ele contou emocionado que tudo começou há cerca de três anos quando deixou a profissão de motorista de caminhão para viver do artesanato. “Estava muito cansado da estrada e precisando desestressar. Uni o útil ao agradável. Comecei a ajudar minha esposa e peguei gosto pelo artesanato. Hoje, produzo cachecol de lã feito na esteira de pregos, além de entalhe na madeira e outras coisinhas que estou aprendendo”, lembrou o aposentado que é pai de seis filhos, tem oito netos e já planeja exportar suas mercadorias para o exterior.
Já a artesã Roseane Fernandes, já está levando seu trabalho como professora para algumas empresas e já recebeu convite para participar de algumas feiras importantes na área. “Estou muito feliz em dar aula na empresa Caçula e agora recentemente fui convidada a expor meu trabalho de Extra Book e Scrapbooking na feira Mega Artesanal de São Paulo. A união faz a força e este trabalho em parceria com a Secretaria de cultura de Queimados tem nos ajudado muito”, lembrou.
Quando será o próximo cadastramento para artesão
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