Afetados pelas enchentes de 2013, ex-ribeirinhos já acomodados em apartamentos do "Minha Casa, Minha Vida" dão adeus a imóveis condenados
Jéssica Moreira - Já acomodado em uma das 300 unidades habitacionais do Condomínio Sebastião Torres, Francisco de Araújo, de 36 anos, observa de certa distância sua antiga residência sendo demolida pela equipe da Defesa Civil. Tristeza? Ao contrário, o pedreiro afirma que tem tido uma nova vida desde as enchentes que atingiram o bairro Jardim Alzira, em dezembro de 2013.
“Morei aqui por 13 anos e na época foi difícil imaginar como seria. Mas, fomos bem assistidos e minha esposa recebeu o aluguel social até que fomos contemplados com um apartamento novo no Jardim da Fonte. Lá, estamos seguros e vivendo bem”, contou Francisco, ao lado da companheira Elen Honorio.
Realizada nesta quarta-feira (17), a demolição da casa de Francisco faz parte de uma iniciativa conjunta entre as Secretarias Municipais de Habitação, Conservação e Serviços Públicos e a Defesa Civil, que até o fim da semana vai incluir mais cinco imóveis na localidade, à beira do Rio Abel.
Para a subsecretária de Habitação, Romilda Gonçalves, a ação de conclusão do trabalho - que começou ainda em 2013, quando 90% dos moradores foram realocados logo após as fortes chuvas -, tem como objetivo principal evitar que os imóveis condenados sejam reocupados.
“Prezamos pela segurança da população, então precisamos garantir que essas áreas não voltem a ser ocupadas, pois elas continuam apresentando risco pela proximidade com o Rio Abel”, declarou.
De acordo com Leandro Sampaio, técnico da Defesa Civil, o órgão é acionado para vistorias toda vez que uma família é cadastrada junto à Habitação por ter sido removida de uma área de risco.
Imagens: Thiago Loureiro/SEMCOM - PMQ |
“Depois que essas pessoas são retiradas dos locais, são incluídas no Programa, recebem novos imóveis por meio da habitação. Então, as casas condenadas ficam vazias, o que acaba atraindo outras famílias ou mesmo viram locais para uso de drogas. Por isso, o Ministério Público exige imagens de antes e depois das demolições para comprovar que pessoas foram beneficiadas pelos recursos financeiros do governo e que as áreas de risco foram liberadas”, explicou.
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